Friday, November 25, 2005

Música e cultura urbana em Lisboa
Teve início no passado dia 24 de Novembro na Aula Magna em Lisboa, o Festival de música e cultura urbana de Portugal, que se vai prolongar até ao próximo sábado dia 26.
Dedicado ao jazz, ao fado e às novas tendências musicais, um cartaz com nomes tão sonantes como os de Garoto, Rodrigo Leão, Paula Oliveira, Bernardo Moreira, Jacinta, Greg Osby, Cristina Branco e Camané, encaixam na perfeição num festival deste género.

Tuesday, November 22, 2005


Maria Schneider no Guimarães Jazz


Maria Schneider já esteve em Portugal várias vezes e em contextos diferentes, não só orientando orquestras de workshops como a sua própria formação, mas não há memória de um espectáculo tão brilhante como o de sábado passado, dia 19 de Novembro, no Centro Cultural de Vila Flor em Guimarães, que encerrou o festival de jazz da cidade.
Numa sala cheia de público entusiasta, a artista deu um concerto espectacular em termos de composições, arranjos e interpretações individuais e colectiva. O novo elemento na orquestra, o baterista Clarence Penn, introduziu novos ritmos, e o saxofonista Steve Wilson é outra mais valia no sax soprano e alto, e nas flautas.
Através da liberdade dada por Schneider aos seus musicos para solar, os seus arranjos ficaram mais vivos e mais livres.
Temas como " Journey Home " e " Chorinho dançado ", fizeram parte do seu reportório.
Um encerramento perfeito para um festival perfeito.

HISTÓRIA DO JAZZ



Nascido dos blues, das work songs dos trabalhadores negros norte-americanos, do negro spiritual protestante e do ragtime, o jazz passou por uma extraordinária sucessão de transformações no século XX. É curioso que apenas num século este estilo de música sofreu uma alteração tão profunda. O termo jazz começa a ser usado no final dos anos 10 e início dos anos 20, para descrever um tipo de música que surgia nessa época em New Orleans, Chicago e New York. Os seus expoentes são considerados "oficialmente" os primeiros músicos de jazz. A Original Dixieland Jass Band do cornetista Nick LaRocca, o pianista auto-denominado criador de jazz Jelly Morton , o cornetista King Oliver com sua Original Creole Jazz Band, e o clarinetista e sax-sopranista Sidney Bechet, de New Orleans Em Chicago os trompetistas Louis Armstrong e Bix Beiderbecke, e em New York o pianista Fats Waller e o pioneiro bandleader Fletcher Henderson. Em 1930 o jazz já possui uma "massa crítica" considerável e já se acham consolidadas várias orquestras, como as de Duke Ellingtone, Count Basie, Cab Calloway e Earl Hines.
A evolução histórica do jazz, assim como da literatura, das artes plásticas e da música clássica, segue um padrão de movimento pendular, com tendências que se vão alternando em direcções opostas. Em meados dos anos 30 surge o primeiro estilo maciçamente popular do jazz, o swing, um ritmo que agradava imensamente às multidões durante a época da guerra. Em 1945 surge um estilo muito mais radical e que fazia menos concessões ao gosto popular, o bebop, que seria revisto, radicalizado e ampliado nos anos 50 com o hard bop. Em resposta à agressividade do bebop e do hard bop, aparece nos anos 50 o cool jazz, com uma proposta intelectualizada, um estilo mais audível.
O cool e o bop dominam a década de 50, até a chegada do free jazz, dando voz às perplexidades e incertezas dos anos 60. No final dos anos 60, acontece a inevitável fusão do jazz com o rock, resultando primeiro em obras inovadoras e vigorosas, e posteriormente em pastiches produzidos em série e de gostos duvidosos. Hoje existe espaço para cultivar todos os géneros de jazz, desde o dixieland até o experimentalismo free, desde os velhos e sempre amados standards até as mais ambiciosas composições originais para grandes formações. Mas qual seria o estilo de jazz próprio dos dias de hoje? Talvez o jazz feito com instrumentos electrónicos - samplers e sequenciadores - num cruzamento com o tecno e o drum´n´bass. Se esse jazz possui a consistência para não se dissolver como tantos outros modismos, só o tempo dirá.